A tentativa da Strategy (MSTR) de ingressar no índice S&P 500 foi rejeitada, apesar de atender aos critérios técnicos de elegibilidade, em que a JPMorgan (JPM) descreve como um sinal de cautela crescente em relação a empresas que atuam como fundos de Bitcoin (BTC) de fato.
A decisão discricionária do comitê do índice representa um revés não apenas para a Strategy, mas para um número crescente de tesourarias corporativas de criptomoedas que imitam sua estratégia de usar balanços para acumular bitcoin, escreveram analistas liderados por Nikolaos Panigirtzoglou.
O banco de Wall Street alertou que a decisão do S&P 500 pode marcar o limite dessa tendência e pode levar outros provedores de índices a reconsiderar as inclusões existentes de empresas fortemente ligadas ao bitcoin.
Para aumentar a pressão, a Nasdaq vem supostamente exigindo aprovação dos acionistas antes que as empresas emitam novas ações para comprar criptomoedas, informou o relatório.
A Strategy também abandonou recentemente seu compromisso de não diluição, sinalizando disposição para emitir ações a múltiplos mais baixos para continuar financiando compras de bitcoin.
As notícias chegam enquanto tesourarias corporativas de criptomoedas enfrentam enfraquecimento nos preços das ações e desaceleração na emissão. A JPMorgan observa que tanto os volumes de captação de ações quanto de dívida caíram no último trimestre, sugerindo que o apetite dos investidores está diminuindo.
Essa fadiga levanta questões sobre a sustentabilidade do modelo de tesouraria corporativa de bitcoin. Embora algumas empresas tenham recorrido a financiamentos mais complexos — de empréstimos lastreados em bitcoin a convertíveis ligados a tokens — o prêmio de risco crescente pode levar investidores e provedores de índices a favorecer empresas de criptomoedas com negócios operacionais, como exchanges e mineradoras, em vez de veículos apenas de posse de bitcoin, acrescentou o relatório.
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