BlackRock está explorando a tokenização de ações de fundos negociados em bolsa (ETFs) como parte de sua estratégia para expandir sua infraestrutura de ativos digitais além das fronteiras do mercado tradicional.
Conforme reportagem da Bloomberg News publicada em 11 de setembro, a empresa avalia criar versões baseadas em blockchain de ETFs vinculados a ativos do mundo real (RWA), incluindo ações, de acordo com fontes familiarizadas com o planejamento confidencial.
A iniciativa se baseia no fundo de mercado monetário tokenizado BUIDL, no valor de US$ 2,2 bilhões, lançado em março de 2024, dois meses após a estreia do ETF de Bitcoin da BlackRock.
O CEO Larry Fink já afirmou que todo ativo financeiro pode ser tokenizado, reiterando isso em sua carta anual de 2025 aos investidores.
Ações de ETFs tokenizados permitiriam negociação além do horário padrão de Wall Street, melhorar o acesso internacional a produtos dos EUA e criariam novas oportunidades de garantia dentro de redes cripto.
A reportagem ocorre na mesma semana em que a Nasdaq apresentou à SEC planos para negociar ações e ETFs tokenizados em sua plataforma.
Arcabouço regulatório evolui
A BlackRock já testou ações de fundos tokenizados por meio da infraestrutura Kinexys da JPMorgan e se posicionou como um dos primeiros a adotar modelos de liquidação digital.
Os fundos de mercado monetário da Franklin Templeton e da BlackRock abriram o caminho para os maiores esforços de tokenização. Excluindo crédito privado, fundos monetários tokenizados são a maior categoria de RWA, com valor de mercado de US$ 7,4 bilhões em 11 de setembro.
Ao mesmo tempo, ETFs oferecem exposição a ativos mais ampla e mecânicas de negociação adequadas para a implantação em blockchain. Bolsas como Kraken, Robinhood e Coinbase já oferecem ações tokenizadas internacionalmente ou planejam fazê-lo.
No entanto, o relatório aponta que os desafios atuais incluem reconciliar o ajuste de ETFs através das câmaras de compensação de Wall Street com as capacidades de negociação instantânea de 24 horas da blockchain. Esses desafios levantam questões técnicas e regulatórias para custodians gerenciando a transição entre a infraestrutura tradicional e a digital.
A exploração da BlackRock reflete a avaliação da finança tradicional sobre a tecnologia blockchain para melhorar a infraestrutura de mercado, incluindo melhorias nos fluxos de garantia e na velocidade de liquidação.
O apoio da empresa a ativos digitais, aliado a mudanças regulatórias, posiciona ETFs tokenizados como mais uma ponte entre o sistema financeiro tradicional e o DeFi.
A matéria intitulada BlackRock looking to tokenize ETF shares to expand its digital asset infrastructure foi publicada originalmente no CryptoSlate.