Executivos da Ripple utilizaram um blog relacionado a políticas nesta segunda-feira para argumentar que a custódia de ativos digitais se tornou a base para a adoção institucional de stablecoins, ativos tokenizados e liquidação transfronteiriça.
Rahul Advani, o co-chefe global de políticas da Ripple, e Caren Tso, gerente de políticas para a região Ásia-Pacífico, afirmaram no post que a custódia é hoje um ponto de entrada crítico para empresas que desejam escalar as finanças digitais. Eles mencionaram um relatório recente da Ripple em parceria com a Boston Consulting Group que prevê que ativos do mundo real tokenizados podem chegar a US$ 18,9 trilhões até 2033, além da própria pesquisa da Ripple que mostra que mais da metade das empresas da Ásia-Pacífico planeja adotar soluções de custódia nos próximos três anos.
O post no blog foi divulgado durante o workshop “Custódia & Cibersegurança: Melhores Práticas Institucionais para Stablecoins e Além”, que a Ripple co-organizou com a Blockchain Association Singapore (BAS) no início deste mês. O evento concentrou-se em padrões institucionais para custódia de stablecoins, culminando na divulgação de um relatório de melhores práticas elaborado pelos subcomitês da BAS sobre stablecoins e cibersegurança.
Os autores delinearam quatro princípios que, segundo eles, devem orientar o desenho da custódia.
Primeiro, eles defenderam uma abordagem de “conformidade por design”, observando que reguladores como a Autoridade Monetária de Singapura (MAS) exigem segregação rígida de ativos e protocolos de recuperação.
Em segundo lugar, ressaltaram que as instituições devem escolher modelos de custódia adequados às suas necessidades, seja de terceiros, híbridos ou autocustódia, com demanda crescente por tipos de carteira além da dicotomia entre carteiras quentes e frias.
Terceiro, os executivos destacaram a resiliência operacional. Eles disseram que fluxos de trabalho devem resistir a interrupções, atender a metas de recuperação estabelecidas por regimes como a Digital Operational Resilience Act (DORA) da UE, e incorporar processos fortes de monitoramento e resposta a incidentes.
Quarto, eles apontaram para governança, citando segregação de funções, supervisão independente e trilhas de auditoria como essenciais para a manutenção da confiança.
Um quinto tema do workshop, segundo a Ripple, foi o papel da custódia em permitir que stablecoins avancem para casos de uso mainstream, como financiamento de comércio, pagamentos transfronteiriços e gestão de liquidez. Os autores responderam que custodians de nível empresarial podem apoiar essa mudança oferecendo integração de API, ferramentas de AML e recursos programáveis, além de evoluir para proteger documentos tokenizados vinculados ao comércio global.
O blog também promoveu os próprios produtos da Ripple. A empresa destacou sua stablecoin RLUSD, que, segundo eles, se beneficia por ser emitida sob o charter de uma Trust Company de Nova York, com requisitos para reservas segregadas, auditorias independentes e lastro total em dólares. A Ripple acrescentou que sua plataforma de custódia foi projetada para ajudar instituições a gerenciar ativos tokenizados, atendendo aos padrões de conformidade e operacionais.
Advani e Tso concluíram que, à medida que as finanças digitais se expandem, a infraestrutura de custódia precisará se integrar mais profundamente com contratos inteligentes, documentos tokenizados e conformidade automatizada. “Essas capacidades”, escreveram, “ajudarão a estabelecer a base para um sistema financeiro digital que seja escalável, interoperável e adequado para a nova era das finanças.”
