Distrito de Colúmbia processa Athena Bitcoin por depósitos ligados a golpes

O Procurador-Geral do Distrito de Colúmbia está movendo ações contra a Athena Bitcoin, alegando que a operadora de caixas eletrônicos de criptomoedas facilitou fraudes e lucrou com taxas não informadas associadas a transações vinculadas a golpes.

Em uma ação movida na segunda-feira, o Procurador-Geral do DC, Brian Schwalb, afirmou que 93% dos depósitos da Athena durante seus primeiros cinco meses de operação em DC foram o resultado direto de golpes.

Athena Bitcoin Cobrou Taxas de até 26%

A empresa supostamente cobrou de vítimas taxas não divulgadas de até 26% por transação, sem implementar salvaguardas adequadas contra fraudes.

“A Athena sabe que suas máquinas são utilizadas principalmente por golpistas, mas escolhe ignorar para continuar embolsando taxas de transação ocultas consideráveis,” disse Schwalb em comunicado.

A ação ocorre em meio a uma intensificação nacional de combate à fraude em ATMs de cripto. O FBI registrou quase 11.000 reclamações em 2024, totalizando perdas de mais de US$ 246 milhões.

Vários estados, incluindo Arizona, Colorado e Michigan, criaram limites de transação na tentativa de conter abusos.

Alega-se que a Athena enganou clientes ao mencionar uma “Margem de Serviço de Transação” em seus Termos de Serviço, sem deixar claro que se tratava de uma taxa.

A empresa está sendo acusada de práticas comerciais enganosas e injustas, além de violar leis destinadas a proteger idosos e adultos vulneráveis de exploração financeira.

Entre maio e setembro de 2024, a Athena supostamente arrecadou centenas de milhares de dólares em taxas ocultas de vítimas de golpes em DC.

A idade média das vítimas era de 71 anos, e a perda média por transação foi de US$ 8.000. Uma vítima idosa teve supostamente perda de US$ 98.000 em um golpe único realizado por meio de um quiosque Athena.

O escritório do procurador-geral descreveu as medidas de conformidade da Athena como “ineficazes”, acusando a empresa de viabilizar um “canal descontrolado para fraudes internacionais”.

Schwalb pediu ao público que evite enviar fundos por meio de ATMs de cripto para pessoas que não conhecerem, especialmente aquelas contatadas por mensagens não solicitadas.

Golpistas costumam se passar por suporte técnico, consultores de investimentos ou representantes de bancos para pressionar as vítimas a transferirem fundos.

Athena atualmente opera 13% dos ATMs de criptomoedas nos EUA, tornando-a uma das maiores do setor, atrás da Bitcoin Depot e CoinFlip, segundo a CoinATMRadar.

Mais Países Reforçam as Regras sobre ATMs de Cripto

No entanto, na Austrália, a AUSTRAC recentemente introduziu regras mais rígidas para operadores de ATMs de criptomoedas, incluindo limites de dinheiro mais restritos e monitoramento.

O regulador se recusou a renovar o registro de um operador local de ATMs de criptomoedas, Harro’s Empires. A agência impôs condições de operação, incluindo limites de transação.

Nos EUA, Spokane, Washington, proibiu completamente ATMs de criptomoedas, citando seu uso em golpes que visam residentes vulneráveis.

Representantes no Senado dos EUA também estão tentando endurecer leis em nível estadual e local, com uma tentativa liderada pelo senador de Illinois, Dick Durbin.

Ele introduziu o Crypto ATM Fraud Prevention Act, que introduziria medidas legislativas para proteger o público — enquanto busca limitar inconvenientes para usuários que cumprem a lei.

Novos usuários seriam impedidos de gastar mais de US$ 2.000 por dia em uma dessas máquinas, aumentando para US$ 10.000 em um período de 14 dias.

Os operadores precisariam também ter uma conversa detalhada sempre que um novo usuário tentar concluir uma transação com valor superior a US$ 500.

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