Residente da Califórnia, Shengsheng He, recebeu uma sentença federal de 51 meses de prisão por lavar US$ 36,9 milhões de vítimas em um golpe internacional de investimentos em criptomoedas operado a partir de centros sediados no Camboja.
O tribunal ordenou US$ 26,8 milhões em restituição às vítimas do elaborado esquema.
Ele, 39 anos, de La Puente, declarou-se culpado de conspiração para operar um negócio de transmissão de dinheiro sem licença como ex-sócio da Axis Digital Limited, com sede nas Bahamas.
A rede criminosa induziu vítimas nos EUA a transferir fundos por meio de interações em redes sociais, ligações telefônicas e serviços de namoro online.
Uma Rede Internacional Complexa de Lavagem de Dinheiro
A conspiração envolveu cúmplices no exterior contatando vítimas americanas por meio de comunicações não solicitadas para ganhar confiança antes de promover investimentos fraudulentos em ativos digitais.
Os golpistas diziam falsamente às vítimas que seus investimentos estavam valorizando, enquanto furtavam os fundos transferidos.
Segundo o DOJ, mais de US$ 36,9 milhões em fundos de vítimas fluíram de contas bancárias americanas para uma única conta no Deltec Bank nas Bahamas aberta em nome da Axis Digital Limited.
Ele e co-conspiradores instruíram o banco a converter os fundos das vítimas em stablecoin Tether e transferir os recursos convertidos para carteiras digitais controladas pelo Camboja.
Conspiradores cambojanos então distribuíram USDT aos líderes dos centros de golpe em toda a região, incluindo operações em Sihanoukville.
A infraestrutura de lavagem de dinheiro se estendia por vários países, mantendo a aparência de operações comerciais legítimas.
Oito co-conspiradores se declararam culpados, incluindo o cidadão chinês Daren Li, que estava sob custódia nos EUA desde abril de 2024, e Lu Zhang, que gerenciava redes de lavagem de dinheiro com base nos EUA. Ambos se declararam culpados de conspiração para cometer lavagem de dinheiro.
Ele co-fundou a Axis Digital com Jose Somarriba, enquanto o nacional chinês Jingliang Su ingressou como diretor, participando das conversões de ativos digitais.
Somarriba e Su se declararam culpados de acusações de conspiração por operar negócios de transmissão de dinheiro não licenciados.
Aumento da Ação do DOJ em Crimes Cripto
O Departamento de Justiça tem assegurado sentenças cada vez mais severas para crimes relacionados a criptomoedas ao longo de 2025.
Em maio, Alex Mashinsky, ex-CEO da Celsius, recebeu 12 anos de prisão por defraudar clientes em US$ 4,7 bilhões por meio de práticas de empréstimo fraudulentas e manipulação de tokens.
Procuradores haviam buscado 20 anos para Mashinsky, chamando suas ações de “deliberadas e calculadas”, em vez de erro de mercado.
Ele admitiu ter usado depósitos de clientes para pagar rendimentos prometidos, enquanto concedia empréstimos arriscados e não garantidos e alegava falsamente estabilidade financeira.
Da mesma forma, em julho, Nicholas Truglia viu sua sentença aumentar de 18 meses para 12 anos após não pagar US$ 20,4 milhões em restituição de um esquema de fraude com criptomoedas de US$ 22 milhões.
O juiz criticou o estilo de vida extravagante de Truglia, enquanto devia aos investidores quantias substanciais.
Aquele mesmo julho, Rowland Marcus Andrade recebeu sete anos por fraude eletrônica e lavagem de dinheiro ligadas ao AML Bitcoin, levantando US$ 10 milhões por meio de promessas falsas sobre as capacidades de criptomoedas.
Ele lavou mais de US$ 2 milhões para despesas pessoais, incluindo imóveis no Texas e veículos de luxo.
Mais recentemente, em uma decisão de 18 de agosto, Charles Parks III, conhecido como “CP3O”, recebeu um ano de prisão por esquemas de cryptojacking que fraudaram provedores de computação em nuvem em US$ 3,5 milhões em recursos.
Ele usou identidades corporativas falsas para minerar quase US$ 1 milhão em criptomoedas usando poder computacional roubado.
Esses padrões de fiscalização indicam que as autoridades federais estão buscando sentenças longas para crimes com criptomoedas, independentemente da escala.
Casos variam de esquemas de milhões de dólares até colapsos de plataformas multibilionários, com ênfase consistente na restituição às vítimas.
Ameaça Crescente de Golpes Cripto Internacionais
As perdas com golpes de criptomoeda chegaram a US$ 2,2 bilhões no primeiro semestre de 2025, de acordo com relatos de segurança da CertiK.
Quebras de carteiras causaram US$ 1,7 bilhão em perdas em 34 incidentes, enquanto golpes de phishing responderam por US$ 410 milhões em 132 ataques.
A rede de golpes baseada no Camboja que mira vítimas americanas segue padrões estabelecidos de organizações criminosas internacionais que exploram as capacidades transfronteiriças das criptomoedas.
Sanções recentes do Tesouro dos EUA contra 19 entidades de Mianmar e Camboja revelaram o escopo das operações de trabalho forçado por trás desses golpes.
De fato, o Tesouro dos EUA mencionou que as redes de golpes já haviam defraudado americanos em mais de US$ 10 bilhões apenas em 2024.
Essas organizações criminosas utilizam servidão por dívidas e violência para coagir as vítimas a mirar cidadãos americanos, principalmente por meio de golpes com criptomoedas.
A postagem Homem da Califórnia recebe 51 meses por lavar US$ 37 milhões em golpe de criptomoeda baseado no Camboja foi publicada originalmente em Cryptonews.