Adoção de stablecoins entre usuários de varejo atingiu novos recordes neste ano, com os volumes de transação até agosto já superando o total do ano passado, segundo um relatório recente da CEX.io.
Transferências de varejo, que contam transações de até US$ 250, ultrapassaram US$ 5,84 bilhões apenas em agosto, o maior valor já registrado, conforme dados da Visa e Allium citados no relatório. Com quase quatro meses restantes no ano, 2025 já se tornou o período mais movimentado até agora para o volume de transferências de stablecoins no nível do consumidor.
Os números destacam as stablecoins, um grupo de criptomoedas atreladas a moedas fiat como o dólar, tornando-se cada vez mais integradas à atividade financeira do dia a dia, desde remessas transfronteiriças até microtransações, destaca o relatório.
Dados de pesquisas em mercados emergentes, com mais de 2.600 consumidores na Nigéria, Índia, Bangladesh, Paquistão e Indonésia, reforçam esse quadro, segundo analistas da CEX.io. A maioria dos respondentes disse ter recorrido a stablecoins para evitar altas taxas bancárias e transferências lentas, aponta o relatório. Quase 70% deles relataram usar stablecoins com mais frequência do que no ano passado, e mais de três quartos esperam que o uso continue a aumentar, afirma o relatório.
Ethereum ganha espaço, Tron recua
A distribuição da atividade entre blockchains mudou, aponta o relatório. A blockchain Tron (TRX), tradicionalmente popular para transferências de varejo devido às suas taxas baixas e amplo suporte ao USDT da Tether (USDT), perdeu participação de mercado. Contagens de transações mensais caíram 1,3 milhão, ou 6%, e seu crescimento no volume ficou atrás de seus concorrentes mais próximos.
Em seu lugar, Binance Smart Chain (BSC) emergiu como a principal escolha para usuários de varejo, capturando quase 40% da atividade de stablecoins no varejo, aponta o relatório. O número de transações da rede subiu 75% neste ano, com o volume de transferências avançando 67%. Muito do impulso veio depois de a Binance deslistar o USDT em março para usuários europeus e do ressurgimento de negociações de memecoins no PancakeSwap na BSC.
O complexo Ethereum, com a cadeia base e redes de camada 2 combinadas, representou mais de 20% do volume de transferências e 31% do número de transações, relata o relatório. Enquanto transferências pequenas ocorreram principalmente em L2s, a rede principal teve um aumento significativo no segmento de varejo. Transferências abaixo de US$ 250 na rede principal cresceram 81% em volume e 184% em contagem.
O Ethereum tem sido amplamente utilizado para transações de alto valor devido às suas taxas elevadas, mas os custos de transação caíram mais de 70% no último ano, tornando as transações na rede principal mais competitivas mesmo na faixa sub-250.
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